sexta-feira, 27 de maio de 2022

Qual é o Oposto ao Mental Toughness?

O mundo dos estudos do comportamento humano e do desenvolvimento organizacional está repleto de jargões e ideias, muitas vezes, mal definidas. Isso interfere em nossa capacidade, como praticantes/estudiosos, de fazer algo útil com muitas dessas ideias.

Dentro do conceito Mental Toughness, encontramos, normalmente, alguns termos usados ​​como: caráter, determinação, resiliência e mentalidade. Esses termos são usados ​​como proxies para Mental Toughness. Muitos desses termos são de uso tão popular que se tornaram muito abrangentes e sem uma clara definição. Vemos um mal-entendido muito comum que é considerar Mental Toughness apenas como mais um termo para Resiliência.

Certamente, Resiliência está contida no conceito Mental Toughness, mas existem outros fatores envolvidos que tornam o conceito mais amplo e muito mais útil. Com base no trabalho original do professor Peter Clough e do Dr. Keith Earle, a pesquisa ao longo dos anos nos permitiu definir Mental Toughness de uma maneira simples, clara e amplamente aceita. A definição é de fácil compreensão e, por isso, acreditamos que é um dos pontos fortes.

Qual é o Oposto ao Mental Toughness?

Mental Toughness e Mental Sensitivity

O que os empregadores mais valorizam em seus funcionários?

Por causa de nossa formação em Mental Toughness, em 2015 a AQR International foi solicitada a realizar um Projeto para buscar a definição de “atitude”. O motivo: um Projeto mais amplo havia realizado algumas pesquisas para identificar o que os empregadores mais valorizavam em seus funcionários. As respostas de 1.500 organizações apontaram: Qualificação, Conhecimento, Habilidades e Atitude.

Ao final do ranqueamento, a atitude ficou acima de qualificação, habilidades e conhecimentos. Foi sinalizado que habilidades e conhecimentos eram fáceis de desenvolver (quando necessário), enquanto que atitude não.

A atitude permaneceu no topo da lista. O problema foi que ninguém conseguiu definir o que significava atitude. Ao tentar explicar, os 1.500 empregadores produziram quase 1.500 respostas vagas. Parecia que todos sabiam o que queriam, mas não conseguiam definir consistentemente o que era – e avaliá-lo!

Mas o que a maioria das pessoas quer dizer com atitude?

Nosso projeto usou um processo interativo para refinar as respostas vagas iniciais. Identificou vários elementos consistentes que foram considerados essenciais. Curiosamente 4 temas surgiram no topo da lista. São eles:
  • Ter uma abordagem “pode fazer”. Ser positivo sobre seu trabalho e sua contribuição para a organização.
  • Orientado para a entrega. Aceitar objetivos e metas e fazer o que for preciso para alcançá-los.
  • Responder à mudança. Lidar com o inesperado e aceitar que a vida e o trabalho estavam evoluindo o tempo todo. Estar feliz com a adaptação.
  • Confiança. Ambos, ter autoconfiança e encorajar a autoconfiança nos colegas.
Estes são os 4 construtos ou elementos centrais do conceito Mental Toughness:
  • Abordagem “Posso fazer”
  • Orientação à entrega
  • Resposta à mudança
  • Confiança

Opostos: Mental Toughness e Mental Sensitivity

Opostos: Mental Toughness e Mental Sensitivity

Essas duas expressões são frequentemente usadas de forma intercambiável – especialmente nas mídias, mas também por profissionais de desenvolvimento humano. No entanto, para a AQR International existe um “cuidado” sobre como descrever Mental Toughness por algumas razões importantes.

Em primeiro lugar, o oposto a Mental Toughness é Mental Sensitivity. O oposto a Força Mental é Fraqueza Mental, que não significam a mesma coisa.

É comum que Mental Toughness seja comparado à Força Mental. No entanto, Mental Sensitivity (Sensibilidade Mental) geralmente não equivale à Fraqueza Mental.

Os perfis Mental Toughness tem algumas características relevantes ou vantagens (se essa for a palavra certa), que tendem a alcançar mais os objetivos, desfrutar de melhor bem-estar, são mais positivos e podem até ganhar mais. Isso é o que mostra a pesquisa.

Os perfis Mental Sensitivity (Mentalmente Sensíveis) consideram a vida e o trabalho mais desafiadores – eles sentem mais os obstáculo no trajeto devido às consequencias que traz. No entanto, também há pessoas Mentalmente Sensíveis (Mental Sensitivity)  que são bem-sucedidas e conseguem grandes coisas e, igualmente, há indivíduos Mental Toughness que falham e experimentam frustração. A chave é o AUTOCONHECIMENTO.

Seja você Mental Toughness ou Mental Sensitivity, o que importa é ser autoconsciente sobre quem você é e por que pensa sobre as coisas de determinada maneira para ser capaz de fazer algo com o seu conjunto de qualidades.

Existem pontos fortes e fracos em potencial em todo o espectro do conceito Mental Toughness. Pode parecer bastante óbvio que os perfis Mental Sensitivity estão abertos a desvantagens e têm fraquezas em termos do que podem buscar/alcançar. No entanto, os estudos indicam que eles possuem qualidades que, muitas vezes, descreveríamos como pontos fortes.

Os perfis Mental Sensitivity geralmente estão mais cientes da sobrecarga e do esgotamento em potencial, que podem ser valiosos em ambientes de equipe. Eles podem ser mais cooperativos – eles tendem a ter níveis mais baixos de orientação para metas, o que significa que podem ser seguidores eficazes – é menos provável que haja um desalinhamento de seus objetivos com os seus, se você for um líder. E, muitas vezes, são criativos de uma forma útil e diferente – porque veem e pensam sob uma perspectiva diferente e trazem isso para o trabalho.

Da mesma forma, o Mental Toughness pode ter fraquezas potenciais. Por exemplo, um alto nível de controle pode significar que eles pensam “eu posso fazer isso, por que você não pode?” que às vezes não é muito útil.

Com relação ao fator Compromisso (Commitment), eles podem se comprometer demais e esgotar-se sem reconhecer os sinais de alerta de fadiga. Quando se trata do fator Desafio (Challenge), por exemplo, eles podem fazer isso excessivamente, eventualmente assumindo muitos riscos e às vezes atraídos pela próxima “nova” coisa antes de resolverem o que estão trabalhando no momento.

E sobre o fator Confiança (Confidence), eles podem ter excesso de confiança em suas habilidades. Por se sentir, por exemplo, demais interpessoalmente confiantes, podem abafar as contribuições dos outros – em casos extremos, emergindo como “valentões verbais”.

Pode parecer um paradoxo, mas a consciência de Mental Toughness é importante para ambos os perfis. Portanto, autoconsciência, reflexão e desenvolvimento são importantes para todos. O mundo não é preto e branco, há uma infinidade de tons e diferenças quando olhamos para as pessoas. O conceito Mental Toughness – um traço chave de personalidade – e os questionários Mental Toughness dão uma importante contribuição para a compreensão e desenvolvimento das pessoas, sejam nós mesmos ou os outros.

Resumo: Oposto a Mental Toughness

  • Mental Toughness não é “bom” e Mental Sensitivity não é “ruim” – sem autoconhecimento há problemas para todos.
  • Autoconhecimento e reflexão são fundamentais – todos nós temos pontos fortes e fracos – se soubermos quais são, podemos otimizar.
  • A cultura é importante. Pessoas Mental Toughness podem ajudar e influenciar todos os outros a serem o melhor que podem ser.
  • É possível olhar para o perfil de um grupo Mental Toughness – e ver a diferença.

4 Falácias sobre Mental Toughness

Existem quatro falácias sobre Mental Toughness que identificamos como mais emergentes, que  surgem em nossas conversas com as pessoas. Devemos dar respostas para que o conceito seja compreendido na sua totalidade, evitando interpretações equivocadas e incorretas:

Mental Toughness é um conceito machista e dominado por homens.
Estudos mostram que os padrões masculinos e femininos são geralmente os mesmos.

Pessoas com perfil Mental Toughness tendem a ser indiferentes e egocêntricas.
Os Mental Toughness são tão emocionais como qualquer outra pessoa.

Mental Toughness tem tudo a ver com vencer no trabalho ou no Esporte.
Mental Toughness é sobre ser o melhor que você pode ser. Todos podem ser vencedores.

Todos devem ser Mental Toughness.
Autoconhecimento é a chave.  Mental Sensitivity pode ser bem sucedido também.

É possível desenvolver Mental Toughness?

Acreditamos que sim. Uma boa dose de práticas no mundo dos esportes sugere que é possível. Evidências mostram que Mental Toughness está ligado à genética. Como todos suspeitam: algumas pessoas nascem “durões”.

Esta relação com a genética (DNA) está pautada em recentes descobertas relacionadas à estrutura do cérebro. No entanto, os níveis de Mental Toughness podem ser desenvolvidos/modificados.

Um estudo no âmbito organizacional mostra que treinamentos podem funcionar, bem como técnicas provenientes de muitas áreas da psicologia aplicada.

Como vimos, não existe um perfil melhor do que o outro. Existem debilidades e fortalezas em ambos e, de acordo aos resultados de cada fator que compõe o conceito, será possível detectar os pontos de excesso e escassez para definir um plano de desenvolvimento pessoal. O mais importante é reconhecer seu perfil, frente aos fatores (4Cs), para se conhecer mais e poder escolher a forma de enfrentar e lidar com os desafios da vida, que inclui: atividade profissional, estilo de vida, formas para desenvolvimento, etc. De acordo aos estudos, é possível desenvolver o perfil por meio de diversas iniciativas e ações específicas.

Você se considera mais Mental Toughness ou Mental Sensitivity? Talvez uma forma para descobrir essa resposta seja preenchendo o questionário MQTPlus que apresenta em relatórios os resultados. Acompanhe mais informações do conceito nas mídias da Horus e conheça, na totalidade, todos os detalhes do conceito.

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terça-feira, 24 de maio de 2022

Qual a Definição de Mental Toughness?

Como vimos na história, que conta a origem do conceito Mental Toughness, foram sendo realizados diversos estudos até concluir os fatores e obter uma definição para o termo. Essa definição nasce do trabalho conjunto do Professor Peter Clough e do Diretor da AQR International Doug Strycharczyk. Qual a definição de Mental Toughness? Foi definido algo semelhante à definição original de Mental Toughness, que parece ter resistido ao teste do tempo nos últimos vinte anos:

Um traço de personalidade que determina, em parte, como os indivíduos respondem quando expostos a estressores, pressões, oportunidades e desafios… independentemente da situação prevalecente.”

(Clough & Strycharczyk, 2011)

Definição de Mental Toughness

Quais fatores determinam o comportamento e o desempenho?

Em primeiro lugar, os pesquisadores confirmam que Mental Toughness é um traço de personalidade. Emergiu como um traço de personalidade plástico estreito. Muitas vezes, eles a descrevem como metacognitiva.

Quando falamos de plasticidade, queremos dizer que não é necessariamente fixo, mas sim capaz de algum grau de mudança. Essa mudança pode ocorrer de maneira não planejada, por exemplo, como resultado de um luto ou uma grande perda ou pode ocorrer por meio de um desenvolvimento planejado como resultado de um processo de coaching, uma atividade experiencial direcionada ou devido a um Programa de desenvolvimento.

Não faz muito tempo, acreditava-se que os traços de personalidade eram atributos bastante fixos. Agora sabemos que todos os traços de personalidade são plásticos até certo ponto. Alguns em grande medida, outros em muito menor grau. Mental Toughness é um traço de personalidade bastante plástico. Isso é uma boa notícia se estivermos tentando ajudar pessoas e organizações a mudar e se desenvolver de alguma maneira. Significativamente, introduz a noção de metacognição.

A maior parte do trabalho sobre personalidade nos últimos 70 anos concentrou-se em aspectos comportamentais da personalidade. Examinar e compreender como agimos quando os eventos ocorrem. Isso pode ser útil, mas é limitado. Isso realmente não explica por que agimos de uma maneira específica quando algo acontece.

Mental Toughness descreve e avalia como você pensa quando algo acontece. Examina suas respostas mentais em vez de descrever o comportamento. Isso nos ajuda a entender por que você age quando algo acontece.

Os tópicos abaixo nos ajudam a compreender as particularidades do conceito Mental Toughness e as diferenças com relação a outros trabalhos relacionados a traços de personalidade:

  • A maioria dos traços de personalidade descreve e ajuda você a avaliar “como você age quando as coisas acontecem”. Eles descrevem o COMPORTAMENTO.
  • Mental Toughness descreve e avalia “como você pensa quando algo acontece”. Suas respostas
  • Isso nos ajuda a entender “POR QUE você age quando algo acontece”.

Para ampliar mais o entendimento das particularidades do conceito, é pertinente trazer luz ao conceito de comportamento e desempenho, uma vez que Mental Toughness faz parte dessa combinação.

Mental Toughness - Definição/ Significado

Quais fatores determinam o comportamento e o desempenho?

O comportamento é o resultado de vários fatores, muitos dos quais são independentes – eles não necessariamente ocorrem juntos. Alguns que podemos destacar incluem:

  • Motivação
  • Interesse
  • Circunstância
  • Suporte
  • Recursos
  • Habilidades
  • Conhecimento

Estudar comportamento é muito comum no campo acadêmico, especialmente na psicologia comportamental e organizacional, porque está correlacionado com desempenho. É o que sustenta as estruturas de competências. Uma competência é um conjunto de comportamentos que as organizações consideram importantes para alcançar os objetivos e resultados.

Dois dos fatores mais importantes que formam um comportamento são: (1) habilidade e (2) Mental Toughness. Não podemos nos comportar de uma maneira particular se não tivermos a capacidade de fazê-lo e não podemos nos comportar como desejamos se não ACHAMOS que podemos fazê-lo.

Cerca de 50% de nossa variação de desempenho e comportamento pode ser explicada apenas por esses dois fatores. No entanto, existem outros fatores que podem influenciar e fazer a diferença também, são eles: nossa motivação e nossos interesses. Nós nos comportamos de maneira diferente quando fazemos algo que queremos fazer e no qual temos interesse do que quando isso não acontece.

Da mesma forma, as circunstâncias podem variar. Em alguns momentos, nos sentiremos mais confortáveis e ​​em outros menos. Isso vai impactar no comportamento. A extensão em que somos apoiados/suportados é um fator e isso também varia em diferentes configurações.

Os recursos também podem ser um fator. Ter bons recursos para fazer o que é solicitado produzirá uma resposta comportamental diferente se eu tiver poucos recursos disponíveis. Habilidades e conhecimento terão impacto. Se eu tiver as habilidades e souber o que devo fazer, responderei de maneira diferente do que se não soubesse.

Apontamos alguns fatores mais relevantes relacionados ao comportamento. Entretanto, devem existir mais e deixamos você refletir sobre alguns deles. Normalmente, estão inter-relacionados. Isso nos ajuda a ilustrar como somos criaturas complexas e que nosso comportamento nem sempre é tão previsível quanto muitos imaginam. Embora possa ser observável.

Com Mental Toughness, não podemos ver o que há dentro da cabeça de alguém, mas sabemos que as respostas mentais são razoavelmente consistentes. O conceito Mental Toughness nos possibilita essa visão.

Mental Toughness determina, em grande parte, como os indivíduos se comportam quando expostos à pressão, estresse e desafios. Isso significa que Mental Toughness pode explicar como os indivíduos se comportam frente adversidades e desafios quando surgem nas suas vidas.

Sabemos que não se restringe a toda explicação para o comportamento, já que existem muitos outros fatores em jogo que podem afetar diferentes indivíduos de formas distintas. Mas sabemos por pesquisas e estudos de caso que, Mental Toughness é provavelmente um dos traços de personalidade mais importantes quando se trata de entender por que e como nos comportamos em diferentes situações.

Estamos cada vez mais capazes de compreender melhor a interação entre os traços de personalidade, mas o que também está surgindo é que entender Mental Toughness é fundamentalmente importante. Sabemos que existe uma ligação entre Mental Toughness e desempenho.

Dois importantes estudos no mundo da educação mostram, por exemplo, que há uma correlação entre as notas de um jovem em exames e seu grau Mental Toughness. Mental Toughness pode explicar até 25% da variação nas notas dos exames. Padrões semelhantes surgem no local de trabalho. Isso é extremamente significativo e ajuda a entender por que, ao olhar para duas pessoas, elas podem ter formação, educação e experiência semelhantes, mas quando você as coloca na mesma posição ou em uma posição semelhante, uma pode ter sucesso e a outra pode falhar. Um resumo geral ainda sobre a definição:

  • Mental Toughness explica uma parte muito significativa de suas respostas – sua atitude em relação aos eventos… É importante.
  • Pode haver outros fatores a serem considerados – habilidade, motivação, conhecimento, circunstâncias, preferências, outros aspectos da personalidade, etc.
  • Explica tanto quanto a habilidade e mais do que outros fatores.

Aprofundando a parte da definição do conceito Mental Toughness que descreve (negrito): “…como os indivíduos respondem quando expostos a estressores, pressões, oportunidades e desafios…

O termo “responder” foi usado de propósito na definição de Mental Toughness. Essa resposta pode ser:

  • Ativa: lidar com a pressão (tende a lidar com o mundo ao redor de forma positiva mesmo que seja desafiador. Vê o mundo cheio de oportunidades e tem confiança para lidar com os problemas e desafios )
  • Passiva: mais relacionado à resiliência, maior passividade frente ao mundo

Ainda explorando parte da definição, resta esclarecer o termo final (negrito) relacionada à: …independentemente da situação prevalecente.”

Finalmente, se olharmos para a última parte da definição em que diz” …independentemente da situação”, trata-se da noção de que “sou diferente no trabalho do que sou em casa”. Pode haver um elemento de verdade nisso.

É claro que a dinâmica em diferentes ambientes permitirá que as pessoas se comportem de maneira diferente. A evidência é geralmente que o Mental Toughness subjacente é constante, não importa o que você esteja. Ambientes diferentes têm regras e expectativas diferentes e é isso que explica, em grande parte, por que você se comporta de maneira diferente.

Por exemplo, um dos componentes do conceito Mental Toughness é algo o Controle Emocional. Se você tem baixo controle emocional, isso pode significar que em casa, quando está com raiva, você pode demonstrar sua raiva. Você provavelmente não faria isso no trabalho quando a mesma situação ou uma situação semelhante surge, porque você sabe que as regras no local de trabalho são diferentes e as consequências, como perder o emprego, podem ser mais graves. Em casa, as consequências são diferentes.

Então, você modera seu comportamento quando está no local de trabalho, mas ainda é a mesma pessoa dentro da sua cabeça. O que realmente nos interessa é “POR QUE” agimos de uma maneira particular quando algo acontece. Seu comportamento pode ser diferente em diferentes situações porque você responde a diferentes configurações. No entanto, a maneira como você pensa é geralmente a mesma. Se algo o irrita em um ambiente, irá irritá-lo em outro ambiente também. Mas você pode gerenciar suas respostas de forma diferente de acordo com a cada situação.

Para sumarizar os pontos mais relevantes sobre a definição de Mental Toughness, deixamos o quadro abaixo:

o   É um Traço de Personalidade – extremamente significativo – não é o único fator.

o   É universal – é aplicável em todas as esferas da vida.

o   Tem um componente genético.

o   Ambiente e experiência moldam Mental Toughness

o   Pode aumentar ou diminuir – é possível desenvolver – a autoconsciência, a reflexão e a prática intencional e a avaliação da mudança são fundamentais.

o   É um espectro – com Mental Toughness de um lado e Mental Sensititvity (oposto) do outro – eles não são rotulados como “bons” e “ruins”.

 

Deixamos algumas questões reflexivas para você digerir essa definição e poder avaliar o benefício que pode trazer para você, sua empresa e para a sociedade de maneira geral:

Como você se considera frente ao conceito Mental Toughness explorado e abordado nesse artigo? Você acredita que o conceito pode colaborar para conhecer mais do traço de personalidade dos indivíduos? Qual o diferencial desse conceito comparado aos que você conhece no mercado?

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sexta-feira, 13 de maio de 2022

Origem: Mental Toughness

Embora nossa compreensão moderna sobre Mental Toughness comece há cerca de 50 anos, as origens do tema remontam muito antes disso. A maioria de nós está ciente da “resposta de luta ou fuga” e suas origens na história da humanidade, quando vagávamos pela terra e, ocasionalmente, nos deparávamos com situações perigosas, fosse um tigre com dentes afiados ou uma tribo hostil.

Este é o nosso legado evolutivo. Desenvolvemos uma resposta a situações estressantes, como gerar adrenalina, o que nos ajudou a responder rapidamente a fugir das ameaças ou a nos preparar para enfrentá-las.

Nessas situações, nossa respiração acelera para obter mais oxigênio do sistema e os nossos músculos ficam tensos e preparados para a ação. Com o passar do tempo, esses tipos de ameaças diminuíram, mas nossa resposta ao que percebemos como estressores não. Hoje ainda podemos gerar uma resposta de pânico, embora os estressores possam estar relacionados a outros fatores, como por exemplo perceber que você tem apenas 10 minutos de bateria no seu celular e uma ligação importante a fazer.

A origem do conceito Mental Toughness

A grande “virada”

Mental Toughness atualmente

A origem do conceito Mental Toughness esteve presente no processo de evolução do homem e no campo de estudo e reflexão de filósofos e acadêmicos, conforme apresentado na figura ilustrativa abaixo:

Mental Toughness - Origem

Filosofia (Platão)

Platão

A importância do tema Mental Toughness antecede pesquisadores e estudiosos. Uma das primeiras referências é Platão. Em 400 aC, ele identificou o que chamou de suas 4 Virtudes Cardeais e via como fundamentalmente importantes na moralidade natural.

Uma dessas virtudes é a Fortitude, que ele definiu como “ter poder emocional e capacidade de resistir à adversidade”. Ele percebeu que o bem-estar (eudaimonia) é o objetivo mais elevado do pensamento e da conduta (moral). Quando você analisa Fortitude mais de perto, pode notar que Platão está praticamente descrevendo sobre o mesmo conceito que hoje estamos chamamos Mental Toughness.

Ele também distinguiu felicidade/hedonismo e contentamento. Mental Toughness também está muito ligado à ideia de contentamento – bem-estar psicológico. Uma das outras virtudes relevantes é a Sabedoria. A obra de Platão é duradoura. Dentro de muitas religiões praticadas hoje, essas quatro virtudes aparecem como ideias fundamentais. No cristianismo, Fé, Esperança e Caridade foram adicionadas para criar o que é conhecido como as sete virtudes.

Portanto, o conceito Mental Toughness existe há muito tempo:

  • Platão (c 400 aC) – 4 virtudes cardeais: sabedoria, temperança, fortaleza e justiça;
  • Fortitude – “ter poder emocional e capacidade de resistir à adversidade” – o bem-estar (eudaimonia) é o objetivo mais elevado do pensamento e da conduta (moral)
  • Distinção entre felicidade/hedonismo e contentamento;
  • Sabedoria – vem do autoconhecimento – novamente relevante

Os Estóicos

Estóicos

Passando 500 anos, vemos o surgimento do movimento estóico. Os estóicos, principalmente os romanos, tiraram suas ideias dos gregos, incluindo Platão. Epicteto, um importante estóico, disse: “Os homens são perturbados, não pelas coisas, mas pela visão que eles têm delas”. Os estóicos também viam a Fortitude como uma virtude ou princípio central. Embora sejam muitas vezes incompreendidos – categorizados como sem emoção diante da vida e dos seus desafios – os estóicos foram muito mais positivos do que isso.

Eles introduziram a ideia de controlar apenas o que você pode e não tentar controlar o que você não pode. Eles também viram o abandono das emoções destrutivas como um ingrediente-chave para seguir em frente.

Os gregos pensaram muito em como a vida deveria ser vivida, de Aristóteles a Sócrates e Platão, mas uma de suas filosofias mais práticas permanece incompreendida pela maioria das pessoas: o estoicismo. Apesar da reputação imerecida do estoicismo de ser sinônimo de falta de emoção, ele pode realmente levar a um modo de vida incrivelmente satisfatório. O estoicismo é uma filosofia muito antiga que pode ser praticada por qualquer pessoa para aumentar sua felicidade.

O estoicismo é, em sua essência, uma filosofia para minimizar as emoções negativas em sua vida e maximizar sua gratidão e alegria. Inclui práticas de atenção plena e vida baseada em valores.

O estoicismo é uma ferramenta para ampliar sua experiência humana, tanto interna quanto externamente. Podemos dizer, então, que Mental Toughness está na agenda há algum tempo. Embora o tema tenha sido pouco estudado e aprofundado durante quase 2.000 anos, um treinador esportivo chamado Jim Loehr mostrou interesse.

Nos estudos de Loehr, ele destacou algumas maneiras que os estoicos pensam, explicando o significado por trás de algumas das citações de seus praticantes mais famosos.

Por Jim Loehr

Ao incorporar alguns de seus processos de pensamento em nossas vidas diárias, encontraremos mais alegria em nossos deveres diários e responderemos com mais resiliência aos problemas e desafios que surgirem.

Princípio 1: Você não pode mudar as coisas fora do seu controle, mas pode mudar sua atitude. “Você tem poder sobre sua mente – não sobre eventos externos. Perceba isso e você encontrará força.” Marco Aurélio, Meditações

Um componente-chave do estoicismo é praticar a atenção plena. Reconheça os eventos em sua vida que você faz e não tem controle. Se você ficar frustrado com eventos fora de seu controle, estará desperdiçando energia e promovendo emoções negativas. A prática estóica de proteger sua mente de circunstâncias fora de seu controle é melhor ilustrada por uma história budista.

< O antagonista da história é Mara, um inimigo de Buda. Mara ouviu falar dos poderes de Buda e procurou destruí-lo, então enviou um poderoso exército. Mara instruiu os soldados a jogarem pedras em chamas em Buda, mas quando chegaram perto dele, viraram flores e caíram. O adversário de Buda então instruiu o exército a atirar flechas em Buda, mas novamente as flechas se tornaram flores quando chegaram perto da esfera de Buda. Não havia nada que Mara pudesse fazer para ferir Buda porque Buda havia dominado a habilidade de proteger sua felicidade de eventos externos. Associo as pedras e as setas paralelas aos pensamentos negativos sobre as circunstâncias externas. Você não pode alterar esses eventos; você só pode mudar sua atitude em relação a eles. Através dessa percepção, nossa mente pode se tornar impenetrável. Enquanto pudermos controlar nossas atitudes e reações, nunca poderemos ser influenciados negativamente por eventos externos>.

Princípio 2: Não seja vítima da natureza materialista da sociedade moderna. “A riqueza não consiste em ter grandes posses, mas em ter poucas necessidades.”Epicteto

Nossa sociedade consumista parece criar mais desejos do que satisfaz. Nossa constante exposição à mídia e publicidade nos mantém comparando com o que existe “lá fora” – gastamos nosso dinheiro suado na última moda, convencidos de que nos deixará satisfeitos até que a versão 2.0 seja lançada no próximo ano. Se nos esforçamos para querer menos, nosso desejo diminui e ficamos mais satisfeitos com o que temos, o que nos leva à próxima citação.

Princípio 3: Imagine a vida sem as pessoas e os bens que você tem para realmente apreciá-los. “Não se entregue a sonhos de ter o que você não tem, mas avalie as principais bênçãos que você possui e, agradecidamente, lembre-se de como você ansiaria por elas se não fossem suas.”Marco Aurélio, Meditações

Percebemos agora que querer mais leva à insatisfação – então, como encontramos a felicidade? A chave está na gratidão. Devemos apreciar tudo o que temos e encontrar alegria nisso. Vivemos em um período incrível da história com fácil acesso a necessidades e tecnologia que proporciona um padrão de vida imprevisível há apenas algumas gerações. Em vez de apreciar isso, tomamos isso como garantido. Uma prática estóica é imaginar que você perdeu alguns de seus bens valiosos. Pode parecer deprimente inicialmente, mas imaginando essas perdas, passamos a apreciar mais o que temos. É imperativo que não coloquemos muita necessidade nas coisas que temos – pois elas podem nem sempre estar lá. Ser um estóico significa encontrar a felicidade naquilo que você tem – se você colocar ênfase em um item externo e ele for retirado, o estóico não deve ficar chateado, mas sim grato por ter o objetivo de começar. Tudo é emprestado do universo.

Princípio 4: Seja genuinamente alegre em todas as suas interações. “Um homem assim fundamentado deve, quer queira ou não, necessariamente ser acompanhado por uma alegria constante e uma alegria que é profunda e brota de dentro, já que ele encontra prazer em seus próprios recursos e não deseja alegrias maiores do que suas alegrias interiores. ”Sêneca, A Filosofia Estóica de Sêneca: Ensaios e Cartas

Agora sabemos que o contentamento vem de dentro e de apreciar tudo ao nosso redor – mesmo algo tão simples como viver em um ponto no tempo em que podemos comprar água engarrafada por U$ 1,00 em uma máquina de venda automática a não mais de 30 metros de nós. Já que, com a mentalidade estóica, nossa felicidade pode se tornar independente de outros fatores, devemos estar alegres o tempo todo como estóicos porque não desejamos nada mais do que a experiência humana. Se desejássemos mais, poderíamos ficar desapontados. Isso não significa que os estóicos não possam desfrutar das coisas boas da vida – significa apenas que não devemos pensar nelas como necessárias para nossa felicidade. Somente fornecer bondade ao mundo por meio da ajuda às pessoas e do avanço da sociedade – algo que cada um de nós é capaz de fazer diariamente – pode nos tornar verdadeiramente realizados.

Princípio 5: Praticar seus valores é melhor do que pregá-los. “Não explique sua filosofia. Incorpore-a.”Epicteto

A filosofia estóica exige muita responsabilidade pessoal. Não é que você deva ser insanamente duro consigo mesmo, mas você deve entender que cada decisão que você toma ao longo do dia contém uma dimensão moral. O estoicismo deve ser praticado se você quiser influenciar o mundo de uma maneira melhor.

Pergunte a si mesmo regularmente: “Qual é a melhor maneira de agir nessa situação?” Você deve procurar fazer escolhas com base em seus valores pessoais para aumentar o bem maior. Viva pelo seu código moral. Eu (Loehr) pessoalmente descobri que as lições do estoicismo, se praticadas, podem aumentar nossa qualidade de vida. O estoicismo não é uma filosofia de “tudo ou nada”; sinta-se à vontade para escolher quais partes do estoicismo melhor impactariam sua vida.

Para resumir o estoicismo, não se prenda ao materialismo, tenha interações alegres com seus colegas para criá-los, execute o trabalho diligentemente e para o bem maior e reconheça o que está dentro e fora de seu controle – não deixe que as coisas fora de seu controle afete sua alegria. Quando coisas frustrantes acontecerem: respire, reconheça sua emoção e a razão dela, e deixe passar. Você não pode fazer nada sobre isso. Tudo o que você pode controlar é a sua reação, e tudo o que você pode fazer é incorporar a bondade e apreciar o que você tem. Dessa forma, tenho certeza de que todos encontraremos alegria.

Estudos Acadêmicos – meados de 1950s +

Psicologia da Saúde:

  • Estress – Kasarek – Controle
  • Resiliência – a capacidade de se recuperar de uma situação adversa
  • Comprometimento e Controle
  • A primeira fonte vem do mundo acadêmico, particularmente da psicologia da saúde e emerge da nossa compreensão do que é resiliência, bem como a causa do estress nos indivíduos.

Um trabalho inicial de Robert Kasarek, em 1979, descobriu que os funcionários cujos empregos eram classificados com alta demanda de trabalho, mas com baixo controle do funcionário (medido pela latitude sobre as decisões) relataram significativamente mais exaustão após o trabalho: dificuldade para acordar pela manhã, depressão, nervosismo, ansiedade e insônia ou sono perturbado do que outros trabalhadores.

Na década de 1980, uma pesquisadora chamada Suzanne Kobasa na costa oeste da América estava particularmente interessada na noção de resiliência e sua aplicação com gerentes seniores. Ela tinha uma hipótese simples de que, quanto mais alto você progredisse em uma organização, mais resiliente seria o indivíduo que aspirasse ao cargo de gerente sênior ou líder sênior. Isso foi o que mais ou menos ela encontrou. No entanto, ela encontrou algo mais nessa pesquisa.

O que ela descobriu é que, à medida que o indivíduo subia na organização, não apenas algumas dessas pessoas eram mais resilientes do que a média das pessoas, mas também respondiam positivamente com esse senso de resiliência. Em outras palavras, estavam preparadas para colocar em jogo sua resiliência ou até mesmo testar deliberadamente sua resiliência. Ela descobriu que alguns indivíduos não eram apenas resilientes, mas gostavam dos desafios que a adversidade e os contratempos produzem. Eles viam isso como desafios a serem superados e abordavam isso com um estado de espírito muito positivo. O que ela descobriu foi que os gerentes ambiciosos muitas vezes optavam pela opção mais difícil ou mais desafiadora, mesmo que isso fosse mais arriscado para eles em termos de carreira.

Trabalhar em um bom departamento significaria que você seria capaz de demonstrar facilmente que é bem-sucedido. Se você trabalha em departamentos mais desafiadores, existe o risco de não ser bem-sucedido. Apesar disso, gerentes ambiciosos muitas vezes tentavam administrar o departamento mais desafiador.

Vemos isso novamente no mundo da educação. Diretores de escola ambiciosos, você deu a escolha entre administrar uma escola ou faculdade já bem estabelecida e com bom funcionamento ou ter a oportunidade de administrar ou orientar uma escola ou faculdade muito mais difícil, muitas vezes optaria pelo último.

Então Kobasa começou a entender que havia outro componente que era frequentemente associado à resiliência. No entanto, era um conceito mais amplo do que Resiliência. Ela o chamou de Resistência. Kobasa sugeriu que esse conceito de robustez consistia nos dois componentes de resiliência, compromisso e controle, mas acrescentou um componente que ela chamou de Desafio.

Agora, desta forma, ela começou a introduzir um elemento positivo na teoria e na prática da Resiliência. Kobasa mostrou que alguns abordam o mundo ao seu redor com uma abordagem positiva, embora muitas vezes cheio de contratempos e problemas.

A outra fonte  principal foi extraída do trabalho dos praticantes, particularmente das pessoas envolvidas no desenvolvimento de pessoas e no treinamento esportivo. Dois indivíduos em particular trouxeram alguns pensamentos interessantes. Um deles era um psicólogo canadense chamado Dienstbier, que acreditava que o desenvolvimento físico poderia levar ao desenvolvimento psicológico. Dienstbier acreditava muito na aprendizagem experiencial, particularmente no que agora entendemos como aprendizagem experiencial ao ar livre. Ele realizou uma série de exercícios onde mostrou que expor as pessoas a desafios físicos, muitas vezes desafios físicos extremos, se traduz em melhor desempenho e resultados de algumas maneiras interessantes. Assim, por exemplo, persuadir as pessoas a fazer longas caminhadas com equipamentos básicos de sobrevivência, geralmente durante vários dias no Outback canadense, o que pode ser bastante extremo.

Ele descobriu que as pontuações em testes matemáticos ou aritméticos melhoravam significativamente após esse tipo de desafio físico, mesmo que ninguém tivesse parado durante esses exercícios para aprender a melhorar suas habilidades matemáticas ou aritméticas. O que ele estava começando a mostrar era que há uma correlação entre o tipo de atividade que você desenvolve fisicamente com o desenvolvimento mental.

Essencialmente, o que sabemos agora é que ele foi capaz de mostrar, pelo aprimoramento da capacidade de concentração das pessoas, que elas eram capazes de traduzir essa capacidade de concentração em outras atividades. A melhora da confiança também foi um fator.

Então, eles estavam simplesmente aprendendo a se concentrar melhor e estavam começando a se concentrar melhor quando estavam realizando esses testes numéricos de raciocínio verbal. Eles estavam abordando os testes com um pouco mais de autoconfiança. Foi sua abordagem mental que mudou e os estava ajudando a fazer melhor uso de suas habilidades.

Principais contribuições nessa etapa:

  • Resistência (Kobasa) – Comprometimento + Controle + Desafio – tornando-se proativo

Outra contribuição veio de praticantes e pessoas que atuam com desenvovimento humano e processos de coaching esportivo:

  • Dientsbier – o desenvolvimento físico pode levar ao desenvolvimento psicológico

Praticantes – meados 1970s

O termo MENTAL TOUGHNESS teve origem no mundo dos Esportes

Loehr – coaching esportivo – mentalidade e atitude fazem a diferença quando os atletas competem.

A contribuição mais importante foi de Jim Loehr, treinador esportivo americano que verificou que você poderia pegar atletas de boa habilidade e mostrar a eles como superar atletas de maior habilidade natural mudando a maneira como eles pensam. Da mesma forma, para equipes.

Todos nós que acompanhamos esportes vemos isso acontecendo de tempos em tempos – vemos um time “menor” vencendo um time melhor e vemos atletas “menores” vencendo atletas melhores. Não é incomum atribuir isso a uma maior vontade de vencer. E foi isso que Loehr começou a entender. Ele aprendeu que trabalhar as capacidades mentais de alguém era tão importante quanto trabalhar suas capacidades físicas e suas habilidades atléticas particulares.

Também ficou claro que Loehr entendia essa noção de resistência mental e, de fato, foi a primeira pessoa a criar o termo Mental Toughness, que se tornou o termo aceito para esse conceito. Ele também foi capaz de produzir uma definição. Por um longo tempo, o que Loehr estava fazendo não era aparente para os outros. No entanto, Loehr foi capaz de demonstrar que poderia trabalhar com atletas competentes e, muitas vezes, transformá-los em vencedores de medalhas de ouro em grandes jogos. E ele foi capaz de fazer isso em uma ampla gama de disciplinas.

Ele começou no tênis, mas rapidamente passou para o golfe, ginástica, atletismo e uma série de outros esportes. Uma de suas maiores conquistas foi como técnico da equipe de atletismo dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Atlanta. Ele foi fundamental no desenvolvimento da equipe de atletismo mais bem sucedida de todos os tempos. Não porque eles ganharam mais medalhas de ouro do que qualquer outra pessoa, o que de fato eles fizeram. Mas porque cada atleta alcançou o seu melhor durante os jogos, independentemente de ter conquistado uma medalha ou não.

Pode-se dizer que todos foram vencedores. Isso é significativo. Loehr reconheceu que Mental Toughness era a chave para ser o “melhor que você pode ser”. Quaisquer que sejam suas habilidades, qualidades e atributos. Com o tempo, isso produziu uma resposta de outros acadêmicos que começaram a reconhecer que Loehr estava no caminho certo, mas não estava bem definido o suficiente para ser amplamente aplicado. Vários pesquisadores ao redor do mundo começaram a explorar o que era Mental Toughness.

Mental Toughness – a grande "virada" (2002)

Peter Clough

Um dos pesquisadores dessa etapa foi Peter Clough, nessa época chefe de psicologia da Universidade de Hull. Peter é uma pessoa particularmente interessante porque ele é um psicólogo esportivo reconhecido e um psicólogo ocupacional. No mundo da psicologia, às vezes, há um grau desnecessário de compartimentação e muito pouco cruzamento de ideias, mas Peter estava perfeitamente posicionado para atravessar o mundo da psicologia do esporte e o mundo da psicologia ocupacional.

Apesar disso, o principal interesse de Peter inicialmente era ver o que era Mental Toughness, se ele poderia definir e como poderia usar para explicar as diferenças de desempenho no mundo do esporte. Ele estava particularmente interessado em esportes de contato, como liga de rugby e Rugby Union, e o desempenho de placekickers.

Agora, o trabalho que havia sido realizado anteriormente, particularmente por Kobasa, poderia explicar muito do que estava acontecendo com um placekicker, mas não explicava o suficiente. Por exemplo, sabemos que, para que um placekicker seja bem-sucedido, a confiança é uma parte importante do sucesso do indivíduo. Mas a confiança não era uma característica do modelo Hardiness. Então, Peter supôs que a confiança era, se você gosta dos ingredientes que faltavam, e que o modelo de Kobasa explicava muito do que Loehr estava promovendo, mas não era toda a explicação. Então, Peter começou a explorar isso junto com seu colega Keith Earle. Juntos, o trabalho original mostrou que a confiança era provavelmente o ingrediente que faltava.

Então, Peter Clough e Doug Strycharczyk estavam trabalhando com a operação de Alfândega e Impostos Especiais do Reino Unido, onde tinham um contrato para avaliar 700 gerentes seniores em preparação para um grande programa de mudança. Isso lhes deu a oportunidade de testar alguns dos pensamentos de Peter juntamente com alguns testes psicométricos e modelos psicológicos bem estabelecidos.

Um dos resultados foi que eles conseguiram demonstrar que a confiança também foi um fator na preparação dos gerentes seniores para aceitar e liderar um programa de mudança. É importante ressaltar que um dos subprodutos desse trabalho foi a capacidade de entender que a confiança tinha dois componentes. Um deles era ter confiança nas habilidades. O segundo componente foi a confiança interpessoal.

Assim, a primeira peça, a confiança nas habilidades, descreve até que ponto as pessoas têm confiança em suas próprias habilidades para serem capazes de alcançar as coisas. Mas às vezes isso pode ser confundido pelo fato de que algumas pessoas podem ter muita habilidade, mas não conseguem muito. Por outro lado, há pessoas com níveis comparativamente baixos de habilidade ou conhecimento, que parecem alcançar mais do que se espera. Às vezes, descobriu-se que os fracassados ​​eram pessoas que tinham confiança em suas habilidades, mas não estavam preparadas para mostrar a outras pessoas que tinham essa capacidade. Em outras palavras, sua confiança interpessoal era baixa. Assim, o resultado foi que Peter e seu colega começaram a examinar isso muito mais de perto e, juntamente com a AQR International, começaram a desenvolver alguns testes e medidas psicométricas para identificar até que ponto a confiança era um fator no modelo de resistência mental. Este trabalho concluiu que a confiança era de fato o elo perdido. O desenvolvimento do modelo levou ao desenvolvimento do questionário, que é adotado no mercado e no campo dos estudos acadêmicos.

Atuação conjunta e contribuições individuais:

Professor Peter Clough e Contribuição AQR

Mental Toughness Atualmente

Estamos em 2020, quase 20 anos desde o lançamento do conceito 4Cs Mental Toughness. Quase 100 trabalhos de pesquisa independentes exploraram aplicações e seus fundamentos em teorias e princípios psicológicos sólidos. Além disso, uma quantidade de trabalho em quase todos os setores imagináveis que ​​construiu um considerável corpo de conhecimento e levantou algumas questões-chave que precisavam de uma resposta – especialmente sobre a natureza dos construtos Compromisso e Desafio.

Em 2017, um programa de pesquisa – liderado por Doug Strycharczyk trabalhando em estreita colaboração com o professor Peter Clough e o Dr. John Perry – examinou essas questões e conseguiu atingir vários objetivos importantes – cada um deles um desenvolvimento chave do conceito: Os 4 construtos foram apoiados por 8 fatores independentes – dois para cada construto. Isso ativou: A capacidade de avaliar e compreender as respostas mentais em um grau muito maior do que nunca. Maior confiabilidade do questionário de Mental Toughness – agora o questionário MTQPLus.

Mesmo que seu antecessor, o MTQ48, já possuísse algumas estatísticas de confiabilidade impressionantes. Uma compreensão mais profunda das construções e suas aplicações. Além de agregar fatores, a pesquisa foi capaz de esclarecer e contribuir para a compreensão do fator Controle Emocional. Possivelmente o mais importante, a confirmação de que é um conceito universal e multidimensional – é composto por 8 fatores e nas mãos de um profissional competente, pode fazer uma diferença real para indivíduos, organizações e sociedade.

No ano de 2020, cerca de 100 artigos de pesquisa revisados…

  • Um conceito de 8 fatores – cada um independente;
  • Confiança aprimorada (de um nível já impressionante);
  • Uma compreensão mais profunda dos construtos e suas aplicações;
  • Confirmação de que é um conceito universal…faz toda diferença.

Para concluir, recomendamos que siga nas mídias da Horus mais novidades sobre o conceito Mental Toughness, os serviços associados e os estudos que estão sendo desenvolvidos. É um conceito que colabora para a expansão da capacidade do AUTOCONHECIMENTO, que acreditamos ser a narrativa para o futuro. Você também pode acessar a página da AQR International, basta clicar aqui

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